Jan 4, 2013

A EPIDEMIA INVISÍVEL: DROGAS NA TERCEIRA-IDADE


Por: » NOÉLIA COSTA – professora e presidente do Fórum de Combate às Drogas
O número de idosos sofrendo de problemas com as drogas, cresce visivelmente. É uma incontestável realidade. Este cenário permanece subestimado, subidentificado, subdiagnosticado e subtratado.

Quais são os principais fatores que influenciam o aumento de casos de dependências químicas na chamada melhor idade?

Os fatores de riscos mais frequentes para o abuso de drogas nos idosos, são: o isolamento social (viver sozinho, ou sem parceria), baixa condição social, grande quantidade de medicação e polifarmácia.

Quais as principais substâncias psicoativas mais usadas pelos idosos?

As principais substâncias do uso abusivo pelos idosos são o álcool, a nicotina, maconha, cocaína, heroína, haxixe, crack; esta última, está cada vez mais sendo consumida, nessa faixa etária.

Hoje, existem pesquisas apontando para o uso do crack na terceira idade. Isso torna-se muito preocupante, pois, há acentuadas consequências, como alterações fisiológicas, como por exemplo: o envelhecimento mais acelerado e uma maior incidência das inúmeras doenças crônicas comuns nessa idade.

O tratamento da dependência de substâncias químicas, nessa idade, muitas vezes necessita de uma atenção médica mais especializada. A organização mundial de saúde (OMS) classifica, sob perspectiva cronológica, como sendo idosas as pessoas com mais de 65 anos que vivem em países desenvolvidos e com mais de 60 anos quando se vive em países em desenvolvimento.

Semelhante aos jovens e adolescentes, os idosos também podem abusar de substâncias, lícitas ou ilícitas. O abuso de substâncias, ilícitas entre os idosos é cada vez frequente em, especial nos grupos criminosos.

Sobre o álcool, ainda hoje, considerado um droga lícita, Identificam-se dois grupos de idosos que têm problemas com o álcool: os que tinham na vida adulta e mantiveram o seu padrão de uso após os 60 anos (dois terços do total), e aqueles que começaram o abuso já na terceira idade (um terço do total).

Muitas vezes um idoso pode usar o álcool como automedicação, no sentido de aliviar dores físicas e emocionais. Em outras circunstâncias, beber vem acompanhado da dependência do tabaco, o que piora sobremaneira, as condição de saúde física. Deve-se lembrar que idosos utilizam vários medicamentos de uso contínuo, e dos 100 fármacos mais prescritos, mais da metade interage com o álcool.

De que adianta tantos esforços para prolongar a vida, se não houver qualidade de vida? Nossa sociedade precisa aprender a amar o próximo, mesmo que este próximo seja um idoso. O amor resgata vidas. Devemos lembra que um dia todos nós envelheceremos, e precisaremos de um olhar amoroso. Precisaremos de de um bom dia. Enfim, de solidariedade na sua essência, e de serenidade social.

Finalmente, precisamos de políticas públicas direcionadas para o problema.

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